[News]Mães da Terra, série dirigida por Maria Rita Nepomuceno e produzida pela Caliban Cinematográfica, disponível no streaming pelo Cultne.TV
Mães da Terra, série dirigida por Maria Rita Nepomuceno e produzida pela Caliban Cinematográfica, disponível no streaming
pelo Cultne.TV
Série documental com seis episódios registra práticas tradicionais, e a vida afetiva, da maternidade quilombola e periférica, através das gerações
Série Mães da Terra (Doc, 2024, 6 episódios, 60 min cada), da diretora Maria Rita Nepomuceno, está disponível na Cultne.TV (https://cultne.tv/), a partir da segunda quinzena de julho, após sua estreia na segunda edição do Claro Festival Curta! Documentários (2024). Em seis episódios, Mães da Terra explora as experiências da maternidade em diferentes contextos culturais, como indígena, quilombola e periférico, através das gerações, quando destaca a relação entre mães e avós e inclui entrevistas com acadêmicos e militantes relacionados a cada território.
Produção da Caliban Cinematográfica, Mães da Terra, em seus seis episódios de sessenta minutos cada, intitulados, Eu Era Um Relâmpago, Bichos São Eles, Feita da Carne, É Luta Demais, Benzido Coração e Pedacinho de Terra, foi ao encontro das práticas de maternidade em territórios de diferentes regiões do Brasil.
Documentando, no Rio de Janeiro, as mães imigrantes da favela da Rocinha e as mães egressas do sistema carcerário, as mães quilombolas do complexo de Machadinha em Quissamã, as mães dos assentamentos do sul fluminense organizadas no MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), as mães indígenas da Bacia do Rio Negro, na Amazônia e, as mães indígenas Kaiowá da aldeia Panambizinho em Dourados, no Mato Grosso do Sul.
Com destaque para as contribuições da pesquisadora Maria do Carmo Leal, responsável pelo projeto Nascer nas Prisões e Nascer no Brasil, da FIOCRUZ, da antropóloga Rita Segato, reconhecida iternacionalmente pela sua contribuição para os estudos de gênero e colonialidade, e da liderança indígena Sandra Benites, curadora nacionalmente reconhecida atualmente sediada na FUNARTE. A série conta com a família do líder indígena Álvaro Tukano, filmando a família da sua irmã Jacinta Sampaio da aldeia Balaio, perto de São Gabriel da Cachoeira - AM. E tem importante relato sobre a história da participação das mulheres no MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Sinopse da Série:
A série documental Mães da Terra registra práticas tradicionais de maternidade, de organização familiar em territórios periféricos através das gerações, destacando a relação mãe e avó. Denunciando a violência do estado contra as mulheres através de suas biografias, bem como entrevistas com acadêmicos e militantes relacionados ao contexto territorial de cada episódio.
Mães da Terra por sua diretora, Maria Rita Nepomuceno:
“Essa série nasceu de uma inquietação minha: como é que as mulheres que vivem em outros espaços da Terra dão conta da maternidade — nas favelas, nos quilombos, nos assentamentos, nas aldeias? A gente começa contando uma história que vem da Rocinha, mostrando que a resistência cultural não tem fronteira, migra nos corpos e na memória através dos tempos. Eu queria ir além da denúncia, encontrar nas formas comunitárias de organização raízes de uma cosmovisão. Por isso, a gente caminha pra dentro do Brasil, pra territórios onde o vínculo com a terra, com a coletividade e com a maternidade aprofunda seu sentido. E encontro aldeias infiltradas de cidades, e cidades infiltradas de aldeamentos. Encontro o feminismo comunitário vivo na oralidade de mulheres de diferentes gerações e contextos.
Não é uma série para reforçar estereótipos ou mostrar só sofrimento. É o contrário: é pra entender que a crítica ao trabalho doméstico não remunerado, a sua romantização, a sua sobrecarga, só podem ser pensadas de forma radical a partir da luta pelo direito à terra, e isso se dá tanto nas cidades como na floresta, a terra como o corpo que gesta e a família como moralidade violenta que domestica esse corpo. Os valores em torno do trabalho doméstico, do cuidado, das formas de criar os filhos — tudo isso entra no roteiro não como detalhe, mas como centro da história, relacionado com o direito à terra, à moradia, à dignidade humana.
Tem também vozes de mulheres que são pesquisadoras, militantes, que ajudam a gente a pensar junto. Elas aparecem como se fossem notas de rodapé, sabe? Causando estranhamento. Fazendo a gente se perguntar: por que que, durante tanto tempo, a imagem dessas mulheres foi tão distorcida? Porque escutar as mulheres periféricas e racializadas em sua subjetividade, em sua alteridade, precisa ser vitimização? Se a moralidade atravessa a experiência da maternidade independente da classe social?
Mães da Terra é uma série feita para quem acredita que o feminismo não é só uma teoria, mas uma prática que nasce no cotidiano, na solidariedade entre mulheres e na crítica às possibilidades de vida que nos são oferecidas de forma distorcida e naturalizada, mas que são construções sociais violentas e estruturais para a manutenção dos diferentes tipos de monopólio que nos atravessam e nos impedem de viver coletivamente de forma digna.”
Sinopses dos Episódios:
Episódio 1 – Eu Era Um Relâmpago
No primeiro episódio, conheça as práticas de maternidade como amamentação cruzada e adoção. que reproduzem vidas marcadas pela migração e pela vulnerabilidade social. Você conhecerá as mulheres da favela da Rocinha entrando em suas casas e ouvindo suas histórias de parto e de vida.
Episódio 2 – Bichos São Eles
No episódio 2, o encarceramento impacta violentamente a vida das mulheres periféricas. Como é o cárcere? Como é ter um parente encarcerado? O que enfrentam as mulheres cujas vidas são atravessadas pela prisão?
Episódio 3 – Feita da Carne
Em torno da falida Usina do Engenho Central de Quissamã, mulheres trabalhadoras criam seus filhos de forma comunitária, e lembram do tempo em que a medicina que alcançava o quilombo era a do mato. Um tempo atravessado pelo trabalho infantil, pela violência e pela religiosidade.
Episódio 4 – É Luta Demais
Neste capítulo, acompanhamos as mulheres indígenas Kaiowá em sua luta pelo manejo da cultura e da vida em um contexto de vulnerabilidade social, mesmo após a homologação da conquista da terra.
Episódio 5 – Benzido Coração
A voz das mulheres indígenas da bacia do Rio Negro, tão pouco ouvida, ecoa pelas vielas de São Gabriel da Cachoeira e aldeias próximas. Seus desafios e suas perspectivas de futuro são ouvidos na porosidade aldeia/cidade que marca a vida da floresta nesse município.
Episódio 6 – Pedacinho de Terra
No último episódio da série conhecemos as histórias das mulheres dos assentamentos na região sul fluminense. Estas mulheres lutam para conquistar e viver na terra, organizadas em suas famílias e no coletivo Alaíde Reis. Elas narram suas biografias, resgatando a memória da participação feminina na luta pela terra no Brasil.
Imagens de Divulgação Mães da terra
Fotos:
https://drive.google.com/
Teaser:
https://drive.google.com/
Redes:
@ calibancinema | @cultne | @mariarita_nepomuceno
Ficha Técnica:
Direção, Argumento, Roteiro e Pesquisa: Maria Rita Nepomuceno
Produção Executiva: Ana Rosa Tendler
Produção: Maycon Almeida
Coprodução: RioByte
Assistência de Direção: Michele Concianza
Direção de Fotografia: Xeno Veloso
Som Direto: Xeno Veloso
Montagem: Telena Teles
Trilha Sonora Original: Maíra Freitas
Sobre Maria Rita Nepomuceno:
Cineasta pela UFF (Universidade Federal Fluminense), mestre em Multimeios pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) e doutoranda do Programa de Pós Graduação em Comunicação da PUC-RJ com período de bolsa CAPES sanduíche na Universidade de Bolonha, é sócia-proprietária da produtora RioByte - Arte e Informação. Entre 2015 e 2018, trabalhou como Curadora de Conteúdo do Canal CINEBRASiLTV. Membro da equipe de seleção de projetos do LABCurta FUNARJ 2020, 2021 e 2022. Foi júri da Mostra Competitiva do FEMINA em 2017. Ganhou prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular da Mostra Arquivo em Cartaz em 2015 com o média documental “Joel e Gianni”. Seu média documental “Diário da Pandemia”, está sendo distribuído nas plataformas Now, Vivo play, Google play e Microsoft play. Dirige, coproduz, pesquisa e roteiriza a série documental inédita “Mães da Terra” (6X52min) sobre maternidades periféricas, em parceria com a Caliban Cinema e Conteúdo. Dirigiu o documentário média-metragem “Niterói de Memórias”, em coautoria com Paulo Terra e Karoline Karula, sobre os 450 anos de Niterói que estreou no CINE Arte UFF. Em 2024 lançou o documentário média-metragem “Sorria, você está sendo vigiado”, em coautoria com Paulo Terra.
Mais informações para a imprensa:
Passarim Comunicação e Sustentabilidade | @passarim.comunicacao
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