[Crítica] Bob Marley: One Love




Sinopse: O filme conta a história de Robert Nesta Marley OM, mais conhecido como Bob Marley, grande ícone do reggae. A cinebiografia relembra os importantes feitos do cantor para seu país, assim como as dificuldades que sua família e conhecidos passaram. Bob Marley (Kingsley Ben-Adir) ficou conhecido por sua pregação pela paz, do amor e da fé rastafari. Com o reggae, ultrapassou fronteiras e o sucesso foi imenso. Mas mesmo famoso, a violência em seu país era uma realidade e chega até Marley e sua esposa (Lashana Lynch). Após um atentado, eles saem do país, mas no ano seguinte o cantor icônico decide voltar, pelo povo, para a Jamaica.


O que achei?


O filme faz um recorte na carreira de Bob Marley e diferentemente de outras produções do gênero não busca mostrar a sua ascensão ao sucesso, ao contrário já mostra o cantor no auge da sua carreira. Retratando os anos de 1976 e 1978, o longa começa com uma pequena contextualização sobre a disputa política na Jamaica, após a descolonização, o país estava passando por uma guerra fria e via uma escalada na violência. Em meio a todo o caos, o cantor de reggae decide fazer um show para promover a paz no país. 


Assim dá o start do filme, Bob participa de uma coletiva onde é questionado sobre o show e suas opiniões políticas. A partir desse show, a carreira de Marley também tem uma virada, o que faz com que o público entenda o motivo desse recorte temporal. Antes do show acontecer o astro sofre uma tentativa de assassinato, onde homens armados invadem a casa dele após um ensaio. O seu empresário se jogou na frente do cantor, levou alguns tiros e sobreviveu. Quem mais sofreu com o atentado foi a esposa de Marley, que chegou a ficar hospitalizada.


Bob apesar da tentativa se apresenta no show que havia programado na cidade e somente depois deixa o país, partindo para Londres. Acompanhamos o processo de criação do seu principal álbum “Exodus”, que mais tarde foi eleito o melhor disco do século. Com tamanho sucesso o cantor parte em turnê pela Europa e mais tarde faz a sua volta triunfal ao seu país.


O filme transmite a mensagem que o cantor prega, amor e paz, presente nas suas músicas. Mostra também a religiosidade de Bob, fazendo que o público entenda um pouco mais sobre o rastafarianismo. Em suas músicas, populares até hoje, tem muitas referências também aos Deuses da religião dele. Desta maneira o público conhece mais sobre Bob e entende as motivações das suas composições, que estão presentes durante todo o tempo na trilha sonora.


Porém falta na trama desenvolver um pouco mais os dramas vividos pelo biografado, por exemplo a sequência do atentado e as consequências são resumidas em poucos minutos. A relação entre o cantor e a sua esposa não se aprofunda tanto, entende que existe uma tensão entre eles que culmina até numa briga mais para o meio do filme, mas não é valorizado na trama. Quando Bob descobre que o empresário tenta ganhar dinheiro em cima da sua carreira. Em todos esses momentos sinto falta de mais profundidade por parte do roteiro do filme.


Por fim, temos o retorno de Bob Marley para o seu país, a Jamaica. Um retorno triunfal, recebido como um verdadeiro ídolo. Finalmente, ele faz um show que promove a paz e marcando um encontro no palco importante entre as oposições do país. Com esse desfecho, o público percebe a importância do ídolo para o país e, o mais importante, como a sua mensagem é recebida.


“Bob Marley: One Love” estreia nos cinemas dia 15 de fevereiro.


Trailer:




Escrito por Nathalia Bittencourt



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