[News]Filme sobre cosmologia Yanomami competindo em Cannes, “A Queda do Céu” ganha cartaz e teaser inédito

 


                          Trailer:



Novo longa-metragem brasileiro “A Queda do Céu” tem cartaz oficial e teaser divulgados na semana da estreia em Cannes. O filme dirigido por Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha terá sua estreia mundial na Quinzaine des Cineàstes (Quinzena de Cineastas), mostra paralela ao festival, voltada para novos diretores independentes e contemporâneos. A produção está na disputa pelo Olho de Ouro (Oeil d'Or), o Prêmio do Público (People’s Choice Award) e o Prêmio SACD (Sociedade de Autores e Compositores Dramático). A sessão de gala está marcada para o dia 19 de maio, no Théâtre Croisette. Além dos diretores, também estarão presentes o xamã Yanomami Davi Kopenawa, um dos maiores líderes indígenas do mundo, e o antropólogo francês Bruce Albert, escritores do livro homônimo que inspirou o filme. A obra já é considerada um clássico da literatura contemporânea. Produzido pela Aruac Filmes, o filme é uma coprodução Brasil-Itália, da Hutukara Associação Yanomami e Stemal Entertainment com Rai Cinema, e de Les Films d'ici. 
"A Queda do Céu" é centrado na festa Reahu, ritual funerário e a mais importante cerimônia dos Yanomami, que reúne centenas de parentes dos falecidos com a finalidade de apagar todos os rastros daquele que se foi e assim colocá-lo em esquecimento. A partir de três eixos fundamentais do livro (Convite, Diagnóstico e Alerta), o filme apresenta a cosmologia do povo Yanomami, o mundo dos espíritos xapiri, o trabalho dos xamãs para segurar o céu e curar o mundo das doenças produzidas pelos não-indígenas, o garimpo ilegal, o cerco promovido pelo povo da mercadoria e a vingança da Terra. 
O diretor Eryk Rocha entende a função do filme  em mostrar a relação entre os povos Yanomami e os napë (os não-indígenas). “O nosso desejo no filme é de que a cultura yanomami seja vista como uma cultura viva, contemporânea e florescente, mas também que a cultura napë veja a si mesma a partir de uma perspectiva xamânica e de uma geopolítica contracolonial”, explica o cineasta. A diretora Gabriela Carneiro da Cunha complementa: “O longa é a expressão cinematográfica do arrebatamento que tivemos ao ler o livro. Mas principalmente da nossa relação e do que foi vivido em carne, osso e espírito ao longo dos últimos sete anos ao lado de Davi, da comunidade Watorikɨ e dos Yanomami. É um filme onde a câmera não olha só para os Yanomami, mas para nós não-indígenas também. E isso sempre foi um fundamento do filme tanto para mim quanto para Eryk. Trabalhamos para fazer um filme que expressasse a materialidade onírica de uma relação”, explica. 
“A floresta está viva. Só vai morrer se os brancos insistirem em destruí-la. (…) Então morreremos, um atrás do outro, tanto os brancos quanto nós. Todos os xamãs vão acabar morrendo. Quando não houver mais nenhum deles vivo para sustentar o céu, ele vai desabar.” Davi Kopenawa 
"Estamos no começo do fim do modelo de predação generalizada dos povos e do planeta inventado pelo ‘povo da mercadoria’ há poucos séculos. A palavra do Davi não é, portanto, uma mera profecia exótica. É um diagnóstico e um aviso." 
Bruce Albert 
 
LOGLINE 
Com a ameaça iminente da queda do céu e cercados por garimpeiros e epidemias xawara, o xamã Davi Kopenawa e a comunidade Yanomami de Watorikɨ realiza o ritual sagrado Reahu e confrontam o “povo da mercadoria” com uma contundente crítica xamânica.  
  
SINOPSE 
Em colaboração com o povo indígena Yanomami do Brasil, A QUEDA DO CÉU segue o líder e xamã Yanomami Davi Kopenawa enquanto ele luta para devolver o equilíbrio ao mundo em rituais observados de perto e comentários incisivos sobre a lógica implacável de uma cultura externa materialista. A exploração madeireira ilegal, a mineração de ouro e a mistura mortal de epidemias que essas intrusões espalham ameaçam a existência dos Yanomami. Com base numa compreensão aguçada das forças geopolíticas, Davi Kopenawa ergue um espelho para as sociedades capitalistas do “povo da mercadoria” e do estilo de vida insustentável dos chamados “países desenvolvidos” que ameaça a sobrevivência da humanidade como um todo. 
 
FICHA TÉCNICA 
Direção e Roteiro: Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha 
Com  Davi Kopenawa, Justino Yanomami, Givaldo Yanomami, Raimundo Yanomami, Dinarte Yanomami, Guiomar Kopenawa, Roseane Yariana e comunidade de Watorikɨ 
Produtores: Eryk Rocha, Gabriela Carneiro da Cunha e Donatella Palermo 
Produtor Associado: Richard Copans 
Direção de Fotografia e Câmera: Eryk Rocha e Bernard Machado 
Câmera Adicional: Morzaniel Ɨramari e Roseane Yariana 
Montagem: Renato Vallone 
Som Direto: Marcos Lopes 
Desenho de Som: Guile Martins 
Mixagem de Som: Toco Cerqueira 
Color Grading: Brunno Schiavon, Giovanni Bivi 
Consultoria: Bruce Albert, Ana Maria Machado, Dário Vitório Kopenawa, Morzaniel Ɨramari e Marília Senlle 
Assistente de Direção: Mariana de Melo 
Produção Executiva: Heloisa Jinzenji e Tárik Puggina 
Direção de Produção: Margarida Serrano 
Tradução Yanomami: Ana Maria Machado, Richard Duque, Corrado Dalmonego, Marcelo Moura e Morzaniel Ɨramari 
Produção Local: Lidia Montanha Castro e Naira Souza Mello 
Gerente de Projeto: Lisa Gunn 
Designer: Sofia Tomic, Camilla Baratucci 
Produção: Aruac Filmes 
Co-produção: Hutukara Associação Yanomami, Stemal Entertainment com Rai Cinema 
Produção Associada: Les Films d'Ici 
 
Apoio: Fondation Cartier pour l’art contemporain, ISA - Instituto Socioambiental, Nia Tero, Ford Foundation, Porticus, CLUA - Climate and Land Use Alliance, Instituto humanize, Instituto Arapyaú, RFN - Rainforest Foundation Norway, NICFI - Norway's International Climate and Forest Initiative, RCA - Rede de Cooperação Amazônica, Instituto Iepé, Instituto Meraki, IRIS - International Resource for Impact and Storytelling, Projeto Paradiso, Amazon Watch e Fondation AlterCiné 
 
ERYK ROCHA | Diretor 
Eryk Rocha, nascido no Brasil em 1978, formou-se em Los Baños, Cuba. Seu primeiro filme, “Rocha que Voa” (2002), foi selecionado em Veneza, Rotterdam, Locarno e outros festivais importantes. Em sua extensa filmografia, destacam-se “Campo de Jogo” (2014), “Breve Miragem de Sol” (2019) e “Edna” (2021) que receberam diversos prêmios e presença em festivais renomados no mundo como CPH:DOX, Telluride, Sundance, MoMa New Directors, Visions du Réel. “Cinema Novo” (2016) recebeu L’Oeil d’Or (Olho de Ouro) Melhor Documentário em Cannes em 2016. 
 
GABRIELA CARNEIRO DA CUNHA | Diretora 
Gabriela Carneiro da Cunha é uma artista brasileira, diretora de teatro, cineasta, atriz, pesquisadora e ativista artístico ambiental que atua há mais de 10 anos com a Amazônia brasileira. É sócia da Aruac Filmes, produtora independente de cinema, e idealizadora do Projeto Margens - Sobre Rios, Buiúnas e Vaga-lumes, projeto multilíngue dedicado à criação artística a partir da escuta do testemunho de rios brasileiros em situação de catástrofe. O escopo deste projeto já incluiu peças de teatro (Guerrilha ou Para a Terra Não Há Desaparecidos (2015) e Altamira 2042 (2019), longas e curtas-metragens documentais, publicações, debates, oficinas, a rede Buiunas - uma rede entre mulheres, rios e arte. O Altamira 2042 integrou a programação dos mais relevantes festivais e espaços teatrais europeus, como Wiener Festwochen, Festival D'automne à Paris, International Summer - Festival Kampnagel Hamburg, Baltic Circle, Holland Festival, Théâtre Vidy-Lausanne, Centre Georges Pompidou e outros. 
No cinema, atua como diretora, produtora, roteirista e assistente de direção. Destacam-se trabalhos como o longa-metragem “Edna” (2021), produzido pela Aruac Filmes que estreou no prestigiado festival suíço Visions du Réel e circulou em mais de 50 festivais ao redor do mundo como Telluride, Doc NY, RIDM, Porto Postdoc e recebeu vários prêmios no Chile, França, Itália, México, Argentina, Turquia e Brasil. Atuou nos filmes “Anna” de Heitor Dhalia, “Breve Miragem de Sol” e “Jards”, de Eryk Rocha, e “O Duelo”, de Marcos Jorge. Recebeu o prêmio de melhor atriz no Festival do Rio por seu trabalho no longa "Anna". Atualmente, Gabriela prepara seu próximo trabalho no teatro com o Rio Tapajós, que estreará em 2024 com coprodução do Teatro Vidy. 
Junto com Eryk Rocha, é produtora dos curtas-metragens Mãri hi - A Árvore do Sonho, Yuri u xëatima thë - A Pesca com Timbó e Thuë pihi kuuwi - Uma Mulher Pensando, dirigidos pelos cineastas Yanomami Morzaniel Ɨramari, Aida Harika, Edmar Tokorino e Roseane Yariana, que desde o ínicio de 2023 circulam no circuito de prestigiados festivais internacionais de cinema no Brasil e no mundo, nomeadamente Festival de Veneza, Sheffield Doc Fest, Hotdocs, entre outros. 
Em 2024, lança o filme ‘A Queda do Céu’ seu primeiro longa-metragem como dir etora e co-dirigido e produzido com Eryk Rocha. O filme é produzido pela Aruac Filmes, em co-produção com a Hutukara Associação Yanomami e é uma co-produção entre Brasil, Itália e França. O filme é baseado na obra homônima do xamã Yanomami Davi Kopenawa e do antropólogo Bruce Albert. 
 
ARUAC FILMES | Produtora 
A Aruac Filmes, produtora brasileira, fundada em 2002, vem desde o início de sua trajetória desenvolvendo projetos para diversos segmentos de expressão artística e audiovisual. Com foco na qualidade, tanto na apresentação como nos conteúdos artísticos, a Aruac alinha criação autoral visando ampla comunicação com o público. 
Com uma longa e consistente atuação no mercado audiovisual, teve seus filmes distribuídos comercialmente em cinemas do Brasil e outros países. Além dos principais festivais de cinema do Brasil, teve seus filmes selecionados em festivais internacionais renomados, como Cannes, Berlinale, Veneza, Telluride, IDFA e Rotterdam, Sundance, BAFICI, Locarno, New Directors/New Movies, MoMA, Tribeca (EUA), Guadalajara (México), CPH:DOX (Dinamarca), Havana, RIDM, DMZ Docs, Doc NY e recebeu diversos prêmios ao longo dessa trajetória, entre eles o prêmio de L'Œil d'or (Olho de Ouro) de melhor documentário no Festival de Cannes de 2016. 
Seus filmes também estão presentes nas principais plataformas de streaming, como Netflix, Amazon Prime Video, Dafilms e GloboPlay. Em produção para TV, já realizou séries e programas em parceria com o Canal Brasil, Canal Curta!, GloboNews, TV SESC e CineBrasil TV. 
Paralelamente à produção audiovisual, a Aruac vem nos últimos anos investindo na área de teatro e performance, cujos trabalhos foram apresentados nos festivais de teatro mais prestigiados do Brasil e em diversos países europeus na França, Portugal, Alemanha, Suíça e Áustria. Em 2024, lança a sua mais recente produção “A Queda do Céu”, uma coprodução com França e Itália', filme baseado na obra literária homônima do xamã e líder Yanomami Davi Kopenawa, e do antropólogo francês Bruce Albert e com direção de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha. 
Atualmente, a Aruac Filmes está em pós-produção do filme 'Elza', filme que acompanha os últimos 8 anos da vida e carreira da artista Elza Soares dirigido por Eryk Rocha e coproduzido com Globofilmes e Maria Farinha Filmes, o filme tem previsão de lançamento para 2025. 
 
HUTUKARA ASSOCIAÇÃO YANOMAMI 
A Hutukara Associação Yanomami (HAY) é uma associação sem fins lucrativos que congrega todo o povo Yanomami e o povo Ye’kwana, que vivem na Terra Indígena Yanomami, situada entre os Estados de Roraima e Amazonas, no Brasil. Foi fundada em 2004, na aldeia Watorikɨ, região do Demini, e tem como finalidade a defesa dos direitos dos Yanomami e Ye’kwana. Davi Kopenawa Yanomami é seu presidente, xamã e grande liderança reconhecido internacionalmente por seu trabalho. Durante as últimas quatro décadas ele tem lutado para garantir a proteção do território Yanomami e o direito de seu povo. Seu filho Dário Vitório Kopenawa Yanomami é vice-presidente da associação e tem desempenhado um importante papel no movimento indígena atual e em esferas internacionais de defesa dos direitos humanos. Entre os principais diretores está também Maurício Ye’kwana, com forte atuação ao lado de Dário como representante indígena da TI Yanomami. 





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