[Resenha] Janja:a militante que se tornou primeira-dama

 

Sinopse:

Poucas vezes a política brasileira viu despontar uma estrela com trajetória tão intensa e ascendente. Mulher de personalidade marcante, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, flechou o coração de Lula e já ocupa um espaço bem maior do que o tradicionalmente reservado às primeiras-damas. Este inédito livro reportagem, porém, não se atém à história de amor entre uma militante do PT desde os 17 anos e um dos maiores nomes da história política do país. Os jornalistas Ciça Guedes e Murilo Fiuza de Melo (os mesmos autores do elogiado “Todas as mulheres dos presidentes”, sobre as primeiras-damas do Brasil desde o início da República) narram a luta de Janja pelos direitos da mulher, os bastidores de sua atuação enquanto Lula esteve preso, a participação decisiva na campanha presidencial até a chegada ao coração do poder. Dificilmente haveria Lula 3 sem Janja, assim como Janja não seria o que é hoje sem o petista. Os dois construíram juntos a narrativa do amor contra o ódio, decisiva para derrotar Jair Bolsonaro. Agora, ela quer reconfigurar o posto de primeira-dama.


                             O quê eu achei?

Lançamento da editora Máquina de Livros(e o primeiro título que leio deles), o novo título de Ciça Guedes e Murilo Fiuza de Mello(autores do elogiado Todas as mulheres dos presidentes-A história pouco conhecida das primeiras-damas do Brasil desde o início da República, que pretendo ler em breve)não e nem tem o objetivo de ser uma biografia completa de Janja.

No primeiro capítulo,ficamos sabendo como ela a militante do PT(ela é filiada ao partido desde 1983)conheceu Lula durante a inauguração do campo de futebol Dr.Sócrates Brasileiro, na Escola Nacional Florestan Fernandes(ENFF)e como eles começaram a namorar. Quando o petista foi preso,ela o visitou na prisão em Curitiba diversas vezes e continou seu trabalho pelos direitos humanos e pela justiça enquanto ele esteve preso.

O segundo capítulo narra sua saga desde uma socióloga desconhecida do público até a atual esposa do presidente.Fala da troca de cartas do casal durante o período em que ele esteve preso e a leitura pública de algumas delas.

Já o terceiro capítulo fala de seus anos de formação;como ganhou seu apelido de infância que é uma contração de seu nome,a história desde sua graduação na Universidade Federal do Paraná,passando pelo seu primeiro casamento com Marco Aurélio Monteiro Pereira e divórcio, até sua atuação na conservação da usina hidrelétrica de Barra Grande.

No quarto capítulo,é contado como Janja(já namorando Lula e com ele cumprindo sentença em Curitiba) chegou na usina de Itaipu, sua participação em programas como o Bolsa-Família e o Energia Solidária, entre outros.

No quinto,é descrita sua vida no Rio; Janja passou 6 anos na capital carioca, sua tese de mestrado Mulher e poder: relações de gênero nas instituições de defesa e segurança nacional, na ESG(Escola Superior de Guerra)e ao trabalho na Eletrobras.

No sexto capítulo,após seu retorno à Curitiba,Janja começou a frequentar a Vigília Lula Livre, um protesto organizado não somente pelo PT mas por outras organizações como o MST e o Movimentos dos Atingidos por Barragens(MAB) e a adoção da cadela Resistência.

No sétimo,sabemos como foi sua vida em São Paulo; depois que Lula deixou o cárcere, eles moraram por um tempo em São Bernardo do Campo,suas visitas a outros países e com líderes como o Papa Francisco,sua vida na pandemia de COVID-19, sua mudança para a capital paulistana, sua relação com os filhos e o enteado de Lula.

O oitavo capítulo narra como foi a cerimônia de casamento em maio de 2022 e a corrida para angariar aliados na campanha eleitoral para derrotar Bolsonaro.

O nono e último capítulo foi o que mais gostei: como foi e tem sido a postura de Janja desde a vitória de Lula.Sem ela,ele jamais teria sido reeleito:como ela tem autonomia para tomar suas próprias decisões,a ressignficação do papel de primeira-dama, completamente diferente de sua antecessora,como a falecida Marisa Letícia a inspirou a seguir seus passos, além de se inspirar em Evita Perón e em Michelle Obama e o que podemos esperar daqui para a frente.

Jornalisticamente falando,é uma biografia bem-escrita,com fontes confiáveis e uma pesquisa minuciosa feita pelos autores.Recomendo.





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