[Crítica] Garoto dos Céus

 
Sinopse: Adam, filho de um pescador, recebe o privilégio de estudar na Universidade Al-Azhar do Cairo, o epicentro do poder do islamismo sunita. Pouco após sua chegada na cidade, a maior liderança religiosa da universidade, o Grande Imã, morre repentinamente. Adam logo se torna uma peça nesse jogo brutal pelo poder entre os religiosos egípcios e a elite política.

O que achei? Escrito e dirigido por Tarik Saleh, Garoto dos Céus é um suspense político que mostra a perda da inocência de um jovem muçulmano, colocado no meio de intrigas políticas e religiosas.

Adam é um jovem que morou toda a sua vida em uma pequena vila, filho de um pai pescador e severo, que sempre teve uma visão ingênua da religião, mas que, ao chegar à uma das maiores e conceituadas universidades do Cairo, vê essa visão desmoronar onde interesses políticos e religiosos se misturam.

O filme mostra um cenário social, cultural, político e religioso pouco conhecido pelo Ocidente e acho que por esse motivo a história do filme pode parecer que tem informações demais ao ponto de não sabermos o que está acontecendo exatamente e quais os objetivos dos personagens.

Ao longo do filme vemos através da perspectiva de Adam pessoas manipulando a religião para seus próprios fins e as dúvidas do protagonista sobre a missão que lhe foi dada de fazer parte dessa manipulação.

O longa mostra uma cultura religiosa complexa, com várias camadas e sem estereótipos que vemos em muitas produções cinematográficas ocidentais.

Garoto dos Céus está na lista de pré-indicados ao Oscar desse ano na categoria de Melhor Filme Internacional e estreou mundialmente na competição principal do Festival de Cannes 2022, da qual ganhou o prêmio de roteiro. O filme estreia nos cinemas brasileiros no dia 19 de janeiro, distribuído pela Pandora Filmes. 

Trailer: 


Escrito por Michelle Araújo Silva






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