[News] Sesc Belenzinho estreia Culpa, de Oliver Olívia: em cena sexualidade, família e transição de gênero
Sesc Belenzinho estreia Culpa, de Oliver Olívia: em cena sexualidade, família e transição de gênero
“Culpa” é uma obra composta por cenas inspiradas nos embates e nas vivências familiares do artista disparadas pela mastectomia masculinizadora (retirada plástica dos seios). Oliver convidou seus pais para participarem da montagem, reestabelecendo o diálogo e a relação familiar no ambiente teatral.
Culpa Foto Jennifer Glass
O Sesc Belenzinho (R. Padre Adelino, 1000 - Belenzinho, São Paulo - SP) recebe em fevereiro, a partir do dia 7, o espetáculo “Culpa”, a terceira peça que compõe um tríptico, um trabalho de três partes que Oliver Olívia, integrante do grupo Dispêndio, criou ao longo de sua transição de gênero. Nos dois primeiros trabalhos do Tríptico, “Não ela: o que é bom está sempre sendo destruído” (2020) e “Ele” (2021), o palco era dividido com seu marido, e na terceira peça, “Culpa”, ele convidou seus pais.
A peça narra a relação entre Oliver e seus pais, Eugênio e Rosana, ao longo de sua transição de gênero. A pandemia intensificou o distanciamento entre eles, gerado pelo estranhamento mútuo diante das mudanças. Cada etapa da transição - alteração de nome e pronomes, tratamento hormonal e cirurgia - tensionou os vínculos familiares, revelando as projeções, expectativas e preconceitos enraizados na sociedade. A interrupção da comunicação após a cirurgia serviu como ponto de partida para a criação da peça.
"Há uma linha estética comum nos três espetáculos, como projeções de textos e jogos performativos que vão sendo executados de modos diferentes a cada sessão, e não por meio de cenas marcadas. Também não há uma trilha sonora num sentido muito convencional, de embalar alguma atmosfera. O que predomina também nos trabalhos é uma moldura teatral para algo não convencionalmente teatral", conta Oliver, reforçando que um dos atravessamentos fundamentais nos trabalhos foi a leitura de Testo Junkie, obra do escritor e filósofo transmasculino espanhol Paul B. Preciado, que também foi concebido enquanto Paul fazia uso de testosterona.
Oliver convidou seus pais para participarem da montagem, reestabelecendo o diálogo e a relação familiar no ambiente teatral. A peça resultou da composição de imagens cênicas propostas por Oliver e de elementos criativos sugeridos por seus pais. Memórias, diálogos e reflexões surgidos nos ensaios foram incorporados à dramaturgia, através de um processo colaborativo de direção e dramaturgia.
As músicas presentes na peça, algumas executadas ao vivo pelo pai de Oliver, fazem parte da história da família. Da mesma forma, as falas, os diálogos e os elementos da cenografia, como as bonecas da infância de Oliver, possuem um forte significado pessoal e familiar.
Culpa Foto Jennifer Glass
Sinopse
Uma pessoa transgênero e seus pais fazem uma peça de teatro na qual rememoram momentos de vida juntos, antes da mastectomia masculinizadora. Através de imagens, refletem sobre as tensões do relacionamento.
Sobre o grupo Dispêndio
O grupo Dispêndio é formado por Oliver Olívia, Lucas Miyazaki e Antonio Salviano. Os três artistas, que trabalham de maneira colaborativa, criaram juntes o “Tríptico”, trilogia da qual faz parte “Culpa” (2023) – a terceira parte, precedida por “Não ela: o que é bom está sempre sendo destruído” (2020) – primeira parte, e “Ele” (2021) – segunda parte.
Ficha Técnica
Culpa
Criação grupo Dispêndio
Concepção e direção Oliver Olívia
Dramaturgia e performance Oliver Olívia, Rosana Lagua e Eugênio Fernandes
Trilha sonora ao vivo Eugênio Fernandes
Dramaturgismo Antonio Salviano
Assistência de direção, operação de luz e vídeo Lucas Miyazaki
Iluminação e operação de luz Harth Bergman
Consultoria técnica Rodrigo Gava
Intérprete Libras Luccas Araújo
Fotos Jennifer Glass
Assessoria de imprensa Canal Aberto – Márcia Marques e Daniele Valério
Coordenação de produção e comunicação Luiza Alves
Produção executiva Dani Correia
Coordenação administrativa Paula Malfatti
Assistente de produção Veni Barbosa
Agenciamento Marisa Riccitelli Sant’ana e Rachel Brumana
Gestão Associação SÙ de Cultura e Educação
Serviço
Culpa
Duração: 60 minutos | Classificação indicativa: 18 anos
De 7 a 23 de fevereiro de 2025
Sexta e Sábado, às 20h, Domingo, às 18h30.
Ingressos: R$ 50,00 (inteira); R$ 25,00 (meia-entrada); R$ 15,00 (Credencial Plena)
Sesc Belenzinho - Sala de Espetáculo I
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000 - Belenzinho – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2076-9700
Estacionamento - De terça a sábado, das 9h às 21h. Domingos e feriados, das 9h às 18h. Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 8,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 17,00 a primeira hora e R$ 4,00 por hora adicional.
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Material de apoio
Minibios
Oliver Olívia
Artista cênico transmasculino não binário (ele/elu). É mestre em artes cênicas pela ECA-USP e atualmente doutorando no Laboratório de Práticas Performativas da ECA-USP, sob orientação do Prof. Marcos Aurélio Bulhões Martins. Em seu mestrado pesquisou seu Tríptico autobiográfico, e ministrou aulas em disciplinas da graduação, a convite de seu orientador. Realizou circulação do seu trabalho “Tríptico” (2023), contemplado pelo 16o Prêmio Zé Renato. É bacharel em filosofia pela FFLCH-USP e ator pela SP Escola de Teatro. Dirigiu a peça “Não ela: o que é bom está sempre sendo destruído” (2019-2023), primeira parte do Tríptico, em residência no Centro Cultural da Diversidade, e “Ele” (2021), segunda parte do Tríptico, vencedora do prêmio Coelho de Ouro do Júri para melhor espetáculo no 29o Festival Mix Brasil. "Não ela" também foi apresentada no SESC Consolação no final de 2023. A terceira parte do Tríptico, "Culpa" (2023), estreou na Oficina Cultural Oswald de Andrade, juntamente com a apresentação das duas outras partes do Tríptico, e teve temporada no SESC Belenzinho em fevereiro de 2025.
Antonio Salviano
Dramaturgista e ator, atualmente é mestrando no programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da UFRJ. Possui graduação em Artes Dramáticas pela Faculdade Cal de Arte e Cultura e pela Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna, além de formação em Dramaturgia pela SP Escola de Teatro. É dramaturgista do projeto “Tríptico” do grupo Dispêndio, obra contemplada pelo 16o Prêmio Zé Renato da cidade de São Paulo. Atua em peças de teatro e ministra oficinas de dramaturgia. É autor das peças: “Doping”, “O Executivo”, “O Despertar dos Caracóis Logo Após as Tempestades Artificiais” e “Hamsters”.
Lucas Miyazaki
Escritor, dramaturgo e performer. Como performer e dramaturgo, participou das peças O sol desapareceu (2023, dir. Janaína Leite), Não Ela: o que é bom está sempre sendo destruído (2020), Ele (2022) e Culpa (2023). Estas três últimas compõem o Tríptico (2023). É autor das narrativas ficcionais “Catálise” (2022) e “Hashigakari” (2021). O seu livro “Elefantes” ganhou o Prêmio Nascente de 2015. Também atua como pesquisador em mestrado na USP, onde desenvolve trabalho com enfoque em Samuel Beckett, Hilda Hilst e escrita criativa.
Associação SÙ
A SÙ é uma Associação Cultural, com sede em São Paulo, fundada com o propósito de criar, gerir, fomentar e atuar em projetos nacionais e internacionais de teatro, dança, performance, ópera, música, artes visuais, audiovisual, literatura, mostras, festivais e ações formativas no âmbito da cultura.
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