[News] Exposição “Ecos do Olimpo" chega à Casa Museu Eva Klabin neste sábado
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(Fotos: Mario Grisolli) |
A exposição “Ecos do Olimpo: deuses e mitos na Coleção Eva Klabin” chega à Casa Museu Eva Klabin neste sábado (7), apresentando os múltiplos retornos à mitologia greco-romana presentes na coleção. Ao ocupar os dois andares da Casa, a mostra reúne peças notáveis, como a cabeça de Apolo em mármore do século III a.C., cerâmicas gregas do século IV a.C., pinturas de mestres italianos e flamengos do século XVII, além de uma gravura de Pablo Picasso. Com curadoria de Diogo Maia e Douglas Liborio, “Ecos do Olimpo” está aberta à visitação gratuita, de quarta-feira a domingo.
“‘Ecos do Olimpo’ reforça o compromisso do Museu com a valorização de seu acervo e a criação de novas conexões entre arte e história. O público terá a oportunidade de ver de perto obras da Grécia Antiga, pinturas barrocas e também peças modernistas, revelando como diferentes períodos e estilos artísticos continuam a dialogar por meio dos mitos que atravessam os séculos”, afirma o curador Diogo Maia.
Dividida em quatro núcleos, a exposição também conta com peças cedidas pela Casa Museu Ema Klabin e pelo Museu da República, ampliando o diálogo entre diferentes instituições culturais. A ideia é investigar a permanência dos deuses e mitos clássicos nas coleções artísticas do início do século XX e na paisagem urbana carioca. Esta viagem pelo Olimpo será conduzida por uma representação do “fio de Ariadne”, entregue a Teseu como um caminho de volta do labirinto do Minotauro.
No Hall Principal, o público revisita a relação entre Apolo e Ártemis, divindades gêmeas que representam o Sol e a Lua. O eco da combinação entre masculino e feminino manifesta-se no torso de mármore da coleção de Eva. Ao alcançar a Sala de Jantar, o fio de Ariadne apresenta uma versão contemporânea do banquete dos deuses por Dioniso, senhor do êxtase. O destaque vai para um desenho de Pablo Picasso, que retrata um fauno romano com flauta.
As pinturas de artistas como Louis Silvestre e Il Baciccia ocupam o segundo andar da Casa, com temáticas míticas presentes nos versos do poeta romano Ovídio, especialmente em “Metamorfoses” e em “A Arte de Amar”. O amor do Olimpo será narrado a partir de cinco pinturas do Renascimento e do Barroco que retratam as uniões divinas. A curadoria destaca o repertório mítico dos gregos e romanos, passado de geração em geração por meio das decorações de cerâmicas, das pinturas murais, das esculturas e, sobretudo, por meio da literatura. Esta inspiração demonstra a influência da literatura nas artes plásticas, especialmente no ano em que o título de Capital Mundial do Livro foi concedido ao Rio pela UNESCO.
Na Sala Verde, o visitante encontra um ambiente que reflete a presença do antigo no cotidiano doméstico. Estatuetas rococó dividem espaço com moedas gregas do século III a.C. e um relógio ao estilo Luís XIV, revelando como elementos clássicos foram reinterpretados ao longo do tempo.
“O que une os antigos a nós? ‘Ecos do Olimpo’ nos provoca a pensar a permanência do interesse que temos sobre os deuses do mundo grego e romano. Na exposição, esse interesse mobiliza tempos, figuras e espaços: na releitura dos poemas de Ovídio nas pinturas barrocas da coleção de Eva Klabin e nas ruas e avenidas da cidade do Rio de Janeiro. Mais do que simples representações da história da arte, os deuses e seus mitos apontam como o retorno ao antigo é sempre um dos principais recursos para a expressão humana”, explica Douglas Liborio, curador da exposição.
Quinze imagens contemporâneas do Rio de Janeiro compõem a Sala Chinesa. As fotos, apresentadas pelo olhar de Thiago Lontra, registram representações de deuses olímpicos em monumentos localizados nos bairros do Centro, Catete, Gávea e Jardim Botânico. São os ecos da Antiguidade que resistem ao tempo e marcam presença nos dias de hoje. “Para além de uma expressão individual, os deuses na Casa de Eva Klabin permitem uma aproximação da cultura da Antiguidade com a paisagem urbana de uma eterna cidade capital. Entre o Olimpo e o Rio, a exposição nos oferece um novo olhar sobre a mitologia e suas ressignificações”, completa Liborio.
A exposição propõe uma reflexão sobre a presença contínua do mundo antigo na arte e na cultura ocidental, evocando a ideia do eterno retorno. “Ecos do Olimpo” revela como os caminhos da mitologia e da história pessoal de Eva Klabin se encontram na Casa da Lagoa, conectando passado e presente na paisagem cultural do Rio de Janeiro. Esta é uma exposição organizada pela Casa Museu Eva Klabin, com o apoio de Everaldo Molduras. A mostra conta com a parceria de mídia da Revista Piauí e do Canal Curta!.
SERVIÇO “Ecos do Olimpo: deuses e mitos na Coleção Eva Klabin”
Abertura ao público: 07/06, das 15h às 18h
Visitação: 07/06 a 24/08 - Quarta a domingo, das 14h às 18h
Local: Casa Museu Eva Klabin (Av. Epitácio Pessoa, nº 2480 - Lagoa Rodrigo de Freitas)
Entrada gratuita
Classificação: Livre
Diogo Maia - Curador
Diogo Maia é Gestor Museológico da Casa Museu Eva Klabin. É responsável pela programação, além da preservação e promoção da instituição. Graduado em Museologia (UNIRIO), trabalha na Casa Museu Eva Klabin desde 2002, com atuação nas áreas de pesquisa, conservação, catalogação de acervo e montagem de exposições.
Douglas Liborio - Curador
Douglas Liborio é Historiador (UFRJ), MBA em Gestão de Museus e Inovação (ABGC/UNIMAIS), Mestre e Doutorando em História Social (PPGH/UFF). Autor do livro “Palácio Tiradentes: arte e política no Brasil republicano”, atua como Coordenador de Pesquisas na Escola do Legislativo da Alerj. É pesquisador associado do Laboratório de Imagem, Memória, Arte e Metrópole (IMAM/UFRJ) e membro do Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI/UFF). Atua como curador e desenvolve pesquisas sobre a relação entre arquitetura, política e Antiguidade greco-romana nas cidades brasileiras do início do século XX.
Sobre a Casa Museu Eva Klabin:
Uma das primeiras residências da Lagoa Rodrigo de Freitas, a Casa Museu Eva Klabin reúne mais de duas mil obras que cobrem um arco de tempo de cinco mil anos, desde o Antigo Egito (3000 a.c.) ao impressionismo, passando pelas mais diferentes civilizações. A coleção abrange pinturas, esculturas, mobiliário e objetos de arte decorativa e está em exposição permanente e aberta ao público na residência em que a colecionadora viveu por mais de 30 anos. A Casa oferece programação cultural variada, que inclui, além das visitas ao acervo, exposições temporárias de artistas contemporâneos, oficinas, cursos e conferências para adultos e crianças. Enquanto referência no calendário cultural do Rio de Janeiro, a programação musical conta com a série Concertos de Eva, com os Concertinhos de Eva, dedicados ao público infantil, e com os shows de Nova MPB no jardim.
Esta exposição faz parte da programação dos 30 anos da Casa Museu Eva Klabin, que será comemorado em todo ano de 2025. Espaço de troca de ideias e aprendizados no presente, a Casa Museu mantém um diálogo constante com o passado e encontra sua originalidade na combinação entre o clássico e o contemporâneo.
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