O CINE MATILHA começa 2025 com dois dos filmes mais premiados dos ano passado. O brasileiro MALU e o indiano TUDO O QUE IMAGINAMOS COMO LUZ serão exibidos na sala paulistana a partir dessa quinta (23) em sessões gratuitas.
Grande vencedor do Festival do Rio, MALU é escrito e dirigido por Pedro Freire, e baseado na própria mãe do cineasta, a atriz Malu Rocha, que é interpretada por Yara de Novaes, também premiada com o Redentor, enquanto Juliana Carneiro da Cunha e Carol Duarte dividiram o troféu de atriz coadjuvante. O filme também ganhou o prêmio de melhor roteiro no evento carioca.
Malu é uma atriz que ainda vive de seu passado glorioso. Morando numa comunidade carioca, ela vive em crise, transitando entre momentos de euforia e depressão. Sempre em atrito com a mãe, ela também tem um comportamento instável. Decida a montar um centro cultural em sua casa, ele mergulha cada vez mais na arte, mas também numa profunda crise emocional.
“Quase tudo que acontece no filme aconteceu de alguma forma na vida real, mas é claro que toda memória é ficção. Nós estamos recontando a história ficcionalizada na nossa cabeça, então é um filme de ficção, mas muito baseado em fatos reais. Eu tomei algumas liberdades, por exemplo, tem muito de mim e da minha irmã na personagem Joana. A Joana é uma personagem que é uma mistura de Pedro e Isadora. Eu decidi fazer isso porque eu queria concentrar numa filha só, não queria ter dois filhos, e queria que fosse uma filha mulher, para ter três gerações de mulheres, mas não queria que fosse a minha irmã”, contou Freire em entrevista.
Já TUDO O QUE IMAGINAMOS COMO LUZ ganhou o Grande Prêmio do Júri, no Festival de Cannes do ano passado, e também foi indicado ao Globo de Ouro e ao BAFTA, nas duas premiações, como filmes em língua estrangeira.
Escrito e dirigido pela indiana Payal Kapadia, o longa, que se passa em Mumbai, tem como protagonista uma jovem enfermeira dedicada ao trabalho, tentando superar memórias dolorosas, até que um presente inesperado do ex-marido muda sua vida. Já sua colega de quarto procura um lugar onde possa ficar com seu namorado.
“Eu queria fazer um filme sobre amizade intergeracional e as amizades improváveis que formamos nas cidades. Mumbai é uma cidade de pessoas que são diferentes de você, e você será forçado a interagir, seja no trem ou alugando um apartamento. Esse encontro casual é característico apenas de grandes cidades. Na Índia, os relacionamentos sempre se resumem à identidade, seja casta, classe ou identidade religiosa. Mas nas cidades, esses relacionamentos têm o potencial de se tornarem livres da bagagem dessas identidades”, comentou a cineasta sobre seu longa.
Sinopses
MALU
Malu, uma atriz desempregada de 50 anos que vive das memórias de seu passado glorioso, divide uma casa em uma favela do Rio de Janeiro com sua mãe conservadora, enquanto também lida com um relacionamento conturbado com sua própria filha.
TUDO O QUE IMAGINAMOS COMO LUZ
Em Mumbai, a rotina da enfermeira Prabha se transforma quando ela recebe um presente inesperado do ex-marido. Sua colega de quarto, a jovem Anu, tenta em vão encontrar um lugar na cidade onde possa ter alguma intimidade com o namorado. Uma viagem ao litoral permite que eles encontrem um espaço para que seus desejos se manifestem.
Título original All We Imagine as Light
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