[Resenha] Black Dog

Sinopse:
Conhecido por sua colaboração com Neil Gaiman — na série Sandman e em Sinal e Ruído, Mr. Punch e Violent Cases —, Dave McKean assombra o universo dos quadrinhos desde a sua estreia nos anos 1980. Agora, a DarkSide® Books apresenta a nova graphic novel do legendário multiartista, baseada na vida de Paul Nash, pintor inglês surrealista que combateu na Primeira Guerra Mundial.
BLACK DOG: OS SONHOS DE PAUL NASH aborda, sobretudo, esse período delicado e determinante na vida do pintor, que iria marcar profundamente sua produção artística posterior, e compõe, através das lembranças de Nash e seus companheiros de batalha, um painel multifacetado e tocante sobre como a guerra e situações extremas nos modificam e como lidamos com toda a dor, a perda e o trauma que ela provoca.

O que eu achei?
Paul Nash era um jovem de 25 anos de idade quando se alistou no exército, apenas 6 semanas após o início da Primeira Guerra Mundial. Ele começou como soldado e depois como artista de guerra. Assim como outras personalidade britânicas como Tolkien e Lawrence da Arábia, ele testemunhou os horrores da guerra, viu vários companheiros serem mortos nas trincheiras e quando chegou a hora de voltar para a Inglaterra, várias lembranças terríveis o seguiram, criando traumas que o atormentariam pelo resto da vida.

Cada evento de nossas vidas,seja ele bom ou ruim, nos marca de uma maneira e cada indivíduo interpreta o significado e reage de maneira diferente a esses acontecimentos, tanto no consciente quanto no inconsciente. Os sonhos são manifestações dos nossos inconscientes e já foram estudados por diversas personalidades, de Jung a Freud. E o ilustrador Dave McKean é um veterano em retratar o mundo onírico porque é um colaborador de longa data de ninguém menos do que Neil Gaiman, criador do Sonhar, reino imaginário governado pela entidade Sonho, membro dos Perpétuos, a família de personificações de aspectos do universo, como Destruição e Morte, protagonistas da HQ Sandman. 

Com seu traço único, McKean ilustra cada capítulo com a narrativa de um sonho diferente com um estilo para cada um deles: surrealismo, impressionismo, cubismo de Picasso...
O resultado é tão eficiente, tão expressivo que nem precisaria de diálogo mas há alguns balões em algumas páginas mostrando alguns pensamentos do pintor. Uma curiosidade: durante a sessão de autógrafos da Darkside, McKean afirmou que ele mora numa região do sul da Inglaterra próxima da onde Paul Nash morava e ele saía para explorar o campo.O resultado é uma obra-prima digna de ser lida com atenção e repensada. 

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