[News] Para criar o espetáculo Infância, dupla de artistas viajou pelo sertão de Pernambuco e de Alagoas em busca dos locais citados na obra homônima de Graciliano Ramos

 Para criar o espetáculo Infância, dupla de artistas viajou pelo sertão de Pernambuco e de Alagoas em busca dos locais citados na obra homônima de Graciliano Ramos

 

Motivados pelas paisagens e locais do romance do autor alagoano, os artistas Ney Piacentini e Alexandre Rosa viajaram até as ruas de Quebrangulo, Viçosa, Palmeira dos Índios (AL) e Buíque (PE) para criar a peça Infância, que reestreia no Teatro Ágora

 

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Cena de Infância, com Alexandre Rosa e Ney Piacentini em cena - Crédito: João Maria

 

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Indicado ao Prêmio Shell na categoria melhor música em 2023, o espetáculo ”Infância”, idealizado pelo ator Ney Piacentini e o contrabaixista Alexandre Rosa, faz novas apresentações em São Paulo. A temporada acontece entre os dias 9 de agosto e 5 de outubro, no Ágora Teatro (Rua Rui Barbosa, 664, Bela Vista - São Paulo/SP), com sessões aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 19h. Não haverá sessões nos dias 30 e 31 de setembro. 

O trabalho nasceu a partir de uma viagem pelo sertão de Pernambuco e do Alagoas. Motivados pela leitura do livro homônimo e autobiográfico de Graciliano Ramos (1892-1953), em 2021, os dois amigos foram procurar os locais mencionados na obra. De acordo com Piacentini, foi uma experiência muito sensorial e sinestésica.  

Nessa jornada, os artistas visitaram Quebrangulo, Viçosa, Palmeira dos Índios (AL) e Buíque (PE). Além de passar pelas ruas citadas em “Infância”, puderam conviver com os moradores locais. “Vivenciamos a aridez e a pulsação da gente do sertão e da Zona da Mata nordestinos”, comenta o ator. 

Contagiados pelos sentimentos e sensações provocados por essa empreitada, os criadores estruturaram uma transcrição cênica e musical do livro. Ney encarregou-se da adaptação e, no texto, priorizou a falta de trato familiar, a precariedade do ambiente escolar e as dificuldades sofridas por Ramos no letramento.

“O menino apresentado nessas memórias reflete o Brasil, com suas dificuldades educacionais e suas violências institucionais em plena virada do século 19 para o 20, e que tem reflexos até hoje", reflete Piacentini.

 

Sobre a encenação
Conhecido por seu estilo “seco” e objetivo, o escritor alagoano faz um retrato da meninice que não inspira nostalgia tampouco comiseração. Assim, o livro “Infância” estabelece uma movimentação entre as vozes da criança e do adulto que a rememora.

E essa característica tão marcante de Ramos foi incorporada à cenografia. Só está em cena aquilo que é imprescindível, como livros, banquinhos de madeira e os instrumentos musicais que se transformam em personagens.

“Alexandre Rosa é um multi-instrumentista talentoso, e isso nos permitiu incorporar à peça sons de um contrabaixo, uma viola caipira e um violão. Também contamos com a presença de dois instrumentos indianos — o harmonium e o shruti box — que enriquecem a dramaturgia sonora da montagem. Essa paisagem sonora caminha lado a lado com a literatura humanizadora de Graciliano Ramos. Na encenação, música e palavra têm o mesmo peso: o espetáculo simplesmente não existiria sem essa fusão”, comenta Ney.



A música é a responsável por construir a atmosfera do espetáculo, guiar a narrativa e estimular a conexão emocional do público com a cena. “Rosa possui uma habilidade impressionante de tocar o silêncio. Suas composições são comoventes”, afirma Piacentini.


Rosa se inspirou nas sonoridades de Villa-Lobos, Francisco Mignone e Almeida Prado para compor a trilha da peça. “E cada instrumento tem seus temas: o violão está ligado ao pai, a viola caipira à mãe,  o violino à irmã mais nova e o contrabaixo à irmã mais velha. Por outro lado, os instrumentos indianos, usados normalmente para se emitir mantras, aparecem em Infância quando o protagonista está falando de livros e de escola”, explica o músico.  

As apresentações são sempre seguidas de uma conversa sobre o universo de Graciliano Ramos e o seu papel na história e na literatura brasileiras. Além disso, os artistas compartilham parte do seu processo criativo. 

“Queremos estimular a leitura e a formação de público na conjugação entre literatura, teatro e música. E, em um tempo dominado pela rapidez das redes sociais, ter a chance de nos deixarmos tocar pela poética de Ramos, que é, sem dúvida, transformador: para nós que nos aventuramos a fazer arte, e para o público que pode, conosco, dividir as incertezas de nossas existências”, finaliza Ney Piacentini.

 

Trajetória de Infância
O espetáculo “Infância” estreou em 2022 e já circulou pelo Brasil. Foi apresentado em cidades de Minas Gerais, no sertão e na Zona da Mata de Pernambuco e do Alagoas, em Maceió, em Aracaju, em Salvador, em São Paulo, em municípios do interior do Paraná, em Curitiba e em Florianópolis. 

Além das sessões em teatros tradicionais, o trabalho foi exibido em bibliotecas, CEUs (Centros de Educação Unificados), universidades e em feiras literárias. Piacentini e Rosa também desenvolveram encontros literários, oficinas e outras atividades relacionadas à literatura e ao Graciliano Ramos.  

Em 2023, Alexandre Rosa foi indicado ao Prêmio Shell na categoria de Melhor Música. 

 

Sobre Ney Piacentini
Ator com 45 anos de trajetória, participou de mais de 70 espetáculos. Tem pós-doutorado pela UNESP, com mestrado e doutorado pela USP, além de autor de livros sobre atuação, como O Ator Dialético e Eugênio Kusnet: Do Ator ao Professor.

Desde 1997, integra a Companhia do Latão. Foi indicado a prêmios como APCA, Aplauso Brasil e Botequim Cultural, e recebeu reconhecimentos como o Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro e o Questão de Crítica (RJ).

Ator, professor e pesquisador, é também cofundador do Núcleo Rodateatro, idealizador do propósito  Infância, de Graciliano Ramos.

 

Sobre Alexandre Rosa
Indicado ao Prêmio Shell 2023 de melhor compositor por Infância, é doutor em música-performance pela UNESP, com mestrado na mesma instituição e graduação na USP. Suas pesquisas sobre técnicas estendidas resultaram no CD BASS XXI e no livro Técnicas Estendidas do Contrabaixo no Brasil (Ed. UNESP).

É músico da OSESP, com a qual se apresentou em salas renomadas como Carnegie Hall, Royal Albert Hall e Philharmonie Berlin. No teatro, participou de oficinas com nomes como Jean-Jacques Lemêtre, Julia Varley e Eugenio Barba (Odin Teatret).

Ministra workshops e palestras em instituições como a ECA-USP, IA-UNESP, NSD (Índia) e festivais de música. Atuou ao lado de Antônio Fagundes, Cacá Carvalho e Sérgio Mamberti.

 

FICHA TÉCNICA
De Graciliano Ramos
Adaptação Ney Piacentini
Composição musical Alexandre Rosa
Em cena Ney Piacentini (ator) e Alexandre Rosa (música)
Fotos, vídeos e artes João Maria Silva Jr. e Helena Silva Jr.
Iluminação Elis Martins
Produção Corpo Rastreado
Assessoria de imprensa Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes
Iniciativa Núcleo Rodateatro 

 

SERVIÇO
Infância
Data: De 9 de agosto a 5 de outubro de 2025, com sessões aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 19h.
* Não acontecem apresentações nos dias 30 e 31 de setembro.
Local: Ágora Teatro - Rua Rui Barbosa, 664, Bela Vista - São Paulo/SP
Ingressos: R$100 (inteira) e R$50 (meia-entrada)
Capacidade: 50 Lugares Duração: 60 minutos Indicação: Livre Acessibilidade: teatro possui acessibilidade para deficientes e pessoas com mobilidade reduzida

 

Informações à imprensa

Canal Aberto Assessoria de Imprensa

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