[News] PROGRAMAÇÃO CARIOCA DA 5ª MOSTRA DE CINEMA ÁRABE FEMININO APRESENTA 22 OBRAS DE 19 DIRETORAS ÁRABES

 

A 5ª MOSTRA DE CINEMA ÁRABE FEMININO que já passou pelo Recife (13 a 17/08), chega agora ao estado do Rio de Janeiro (22 a 30/08). Celebrando o trabalho das mulheres árabes no audiovisual contemporâneo, o evento ocupa o CCBB RJ, o Cine Arte UFF (Niterói) e a FEBF/UERJ (Duque de Caxias) com uma programação gratuita que reúne 22 obras de 19 diretoras, incluindo filmes inéditos no Brasil, sessões comentadas e mesas de debate.

A abertura no Rio traz um dos grandes destaques da edição: OS TRÊS DESAPARECIMENTOS DE SOAD HOSNI, longa de Rania Stephan. A diretora libanesa,  conhecida por investigar temas como a forma na qual memória e a montagem cinematográfica podem reconstruir narrativas e ressignificar imagens históricas, também ministra a masterclass online “O Caminho para o Arquivo” no dia 24 de agosto, aberta a participantes de todo o Brasil mediante inscrição prévia. Além do longa, a Mostra exibe quatro curtas de Stephan.

A programação carioca reúne nomes de diferentes gerações do cinema árabe. Estão presentes artistas como Yasmine Benkiran, com o filme RAINHAS, que encerrou a Semana Internacional da Crítica em Veneza; Jude Chehab, cuja estreia em longa, Q, ganhou o prêmio de Melhor Novo Diretor de Documentário no Festival de Tribeca; Inas Halabi, que apresenta NÃO MAIS PREFERIMOS MONTANHAS pela primeira vez no Brasil, exibido em mostras como Hot Docs e Toronto Palestine Film Festival;  Sara Ishaq, diretora iemenita-escocesa, cujo filme A CASA DAS AMORAS, também inédito no país, ganhou o prêmio especial do júri no DocsBarcelona+Medellín International Doc Film Festival; e Sophia Al-Maria, artista catariana-americana que constrói narrativas revisionistas e futuros alternativos, cujas obras compõem coleções em museus como o TATE (Inglaterra) e Whitney Museum of American Art (EUA), aqui representada pelo filme A CANÇÃO DA BESTA.

A Mostra também dedica espaço à Selma Baccar, primeira mulher a dirigir filmes de não-ficção na Tunísia. Seu clássico FATMA 75 é exibido em sessão comentada, ao lado do brasileiro A ENTREVISTA, de Helena Solberg, em um diálogo direto entre histórias de luta feminista em contextos distintos. Essa costura entre filmes árabes e brasileiros, batizada de Sessão Solidariedade Brasil-Árabe, também acontece na exibição de SLINGSHOT HIP HOP, da palestina J. Reem Salloum, com o curta brasileiro HIP HOP COM DENDÊ, de Fabíola Aquino e Lilian Machado, promovendo reflexões sobre as proximidades entre o hip hop na Palestina e aqui no Brasil.

Entre outras diretoras presentes, destacam-se Rand Abou Fakher (síria, AMOR TRANÇADO), Christine Gedeon (síria-estadunidense, UM RETRATO DE MICHEL), Sara Ishaq (iemenita-escocesa, A CASA DAS AMORAS), Lamees Almakkawy (palestina, DANÇANDO A PALESTINA), May Ziadé (franco-libanesa, NEO NAHDA), Suha Araj (palestina, PURÊ DE BATATAS), Alia Haju (libanesa, BARCO DE TOLOS), Nora Alsharif (palestina, ISMAIL), Ghada Sayegh (libanesa, JÁ MORTOS), além da dupla Carol Mansour e Muna Khalidi, ambas libanesas-palestinas, responsáveis pelo filme de encerramento, UM ESTADO DE DEVOÇÃO, que acompanha a atuação do cirurgião palestino-britânico Ghassan Abu-Sittah nos hospitais de Gaza após 7 de outubro de 2023.

Alia Ayman, Analu Bambirra e Carol Almeida assinam a curadoria de uma seleção que aproxima o público brasileiro de obras árabes comprometidas com a vida para além do cinema, trazendo temas urgentes e afetos compartilhados em tempos de massacres. Sessões exclusivas para estudantes, encontros com pesquisadores e a masterclass internacional ampliam o caráter formativo do evento. Toda a programação é gratuita, e o catálogo oficial estará disponível em versão impressa e online com ensaios inéditos.

O projeto tem produção da Caprisciana Produções, Carol Almeida e Partisane Filmes; o apoio institucional da Embaixada da França no Brasil, Centro de Artes da UFF, Cine Arte UFF, UERJ e Faculdade de Educação da Baixada Fluminense; o apoio do Cinema da Fundação, Fundação Joaquim Nabuco, Cinema São Luiz e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco; a parceria do Cineclube Mate com Angu, Festival Olhar de Cinema, Editora Tabla e Fazedora de Site; a promoção da Sinny Comunicação; e a realização do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Prefeitura do Recife, Secretaria de Cultura do Recife, Fundação de Cultura da Cidade do Recife, através da Política Nacional Aldir Blanc, e Centro Cultural Banco do Brasil.


Serviço


RIO DE JANEIRO, NITERÓI E DUQUE DE CAXIAS (RJ)


CCBB RJ | 22/08 a 30/08/2025

Rua Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro (RJ)  

Contato: 21 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br  

Entrada Gratuita

Classificação indicativa: consulte a programação em bb.com.br/cultura

Retirada de ingressos: a partir das 9h do dia de cada sessão pelo site bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB


Mais informações em bb.com.br/cultura 


Siga o CCBB nas redes sociais:


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Funcionamento: De quarta a segunda, das 9h às 20h (fecha às terças).


ATENÇÃO Domingos, das 8h às 9h - horário de atendimento exclusivo para visitação de pessoas com deficiências intelectuais e/ou mentais e seus acompanhantes, conforme determinação legal (Lei Municipal nº 6.278/2017).


Cine Arte UFF | 25/08 a 27/08/2025


Rua Miguel de Frias, 9 - Icaraí, Niterói/RJ


Entrada gratuita, retirada de ingressos na bilheteria


Tel: (21) 2629-5576


Mais informações: https://www.instagram.com/centrodeartesuff/ 


FEBF/UERJ - Faculdade de Educação da Baixada Fluminense | 28/08/2025


Rua Gen. Manoel Rabelo, s/n - Vila São Luis, Duque de Caxias


Entrada gratuita por ordem de chegada.


Tel: (21) 3651-8410 e (21) 3651-8278


Mais informações: https://www.instagram.com/febf.oficial/


www.cinemaarabefeminino.com 


www.instagram.com/cinema_arabefeminino 


 

Programação


ONLINE (aberta para todo Brasil mediante inscrição prévia)


24/08 (Domingo)

10h – Masterclass: “O caminho para o arquivo” com Rania Stephan (120’) - atividade com tradução simultânea (inglês/português) e intérprete de Libras | 18 anos


RIO DE JANEIRO, NITERÓI E DUQUE DE CAXIAS | CCBB RJ, CINE ARTE UFF E FEBF/UERJ


22/08 (Sexta-feira)

Manhã – Sessão educativa (fechada)

19h – Sessão de abertura: OS TRÊS DESAPARECIMENTOS DE SOAD HOSNI (Líbano, 2011, 70’) (CCBB RJ) | 16 anos


23/08 (Sábado)

13h – Curtas-metragens de Rania Stephan (96’) (CCBB RJ): DANOS PARA GAZA “A TERRA DAS LARANJAS TRISTES (GHASSAN KANAFANI) (Líbano, 2009, 2’); MEMÓRIAS PARA UM DETETIVE (Líbano, 2015, 31’); TREM-TRENS 1: ONDE ESTÁ O TRILHO? (Líbano, 1999, 33’); TREM-TRENS 2: UM DESVIO (Líbano, 1999-2017, 30’) | 12 anos

15h – Curtas-metragens: AMOR TRANÇADO (Bélgica, 2018, 24’); UM RETRATO DE MICHEL (EUA, Alemanha, 2024, 44’) - Sessão comentada por Hadi Bakkour (58’) (CCBB RJ) | 12 anos

17h – NÃO MAIS PREFERIMOS MONTANHAS (Palestina, Holanda, Bélgica, 2023, 95’) – Sessão comentada por Nina Lua (95’) (CCBB RJ) | 14 anos


24/08 (Domingo)

15h – Sessão Solidariedade Brasil-Árabe: HIP HOP COM DENDÊ (Brasil, 2006, 15’); SLINGSHOT HIP HOP (Palestina, 2008, 83’) – Sessão comentada por Edd Wheeler (CCBB RJ) | 12 anos

17h30 – Curtas-metragens (94’) (CCBB RJ) | 16 anos

JÁ MORTOS (Líbano, 2024, 7’); DANÇANDO A PALESTINA (Reino Unido, Palestina, 2024, 37'); NEO NAHDA (Reino Unido, 2023, 12'); A CANÇÃO DA BESTA (França, Reino Unido, 2019, 38')


25/08 (Segunda-feira)

18h45 – Curtas-metragens (71’) (CCBB RJ) | 10 anos

Ismail (Jordânia, Palestina, Reino Unido, Catar, 2013, 28’); Barco de Tolos (Alemanha, Líbano, 2024, 30’); Purê de Batatas (EUA, 2024, 13’).

19h30 – Q (Líbano, EUA, 2023, 93’) – Sessão comentada por Nina Tedesco (Cine Arte UFF) | 16 anos


26/08 (Terça-feira)

Manhã – Sessão educativa (fechada)

19h30 – RAINHAS (Marrocos, França, 2022, 83’) (Cine Arte UFF) | 12 anos


27/08 (Quarta-feira)

18h30 – Curtas-metragens (94’) (CCBB RJ) | 16 anos

JÁ MORTOS (Líbano, 2024, 7’); DANÇANDO A PALESTINA (Reino Unido, Palestina, 2024, 37'); NEO NAHDA (Reino Unido, 2023, 12'); A CANÇÃO DA BESTA (França, Reino Unido, 2019, 38')

19h30 – Mesa redonda: “A Ética da Intimidade”, com Mariana Baltar, Consuelo Lins e mediação de Carol Almeida (Cine Arte UFF) | 14 anos


28/08 (Quinta-feira)

16h30 – RAINHAS (Marrocos, França, 2022, 83’) (CCBB RJ) | 12 anos

18h30 – A CASA DAS AMORAS (Síria, Egito, Reino Unido, EUA, Iêmen, 2013, 65’) (CCBB RJ) | 14 anos

19h30 – SLINGSHOT HIP HOP – Sessão comentada pela Curadoria (FEBF/UERJ) | 12 anos


29/08 (Sexta-feira)

16h30 – Q (Líbano, EUA, 2023, 93’) (CCBB RJ) | 16 anos

18h30 – Sessão Solidariedade Brasil-Árabe: A ENTREVISTA (Brasil, 1964, 20’); FATMA 75 (Tunísia, 1975, 60’) – Sessão comentada por Karla Holanda (CCBB RJ) | 12 anos


30/08 (Sábado)

14h30 – Mesa redonda: Conversa com a curadoria (90’) (CCBB RJ) | Livre

16h30 – Mesa redonda: “Atravessar o horror diante do desejo de vida com o cinema palestino”, com Fernando Resende, Jo Serfaty e mediação de Carol Almeida (90’) (CCBB RJ) | 18 anos

18h30 – Sessão de encerramento: UM ESTADO DE DEVOÇÃO (Líbano, Palestina, Jordânia, Reino Unido, Kuwait, 2024, 90’) – Sessão comentada por Muna Omran (CCBB RJ) | 18 anos


FOTOS DE DIVULGAÇÃO:

https://drive.google.com/drive/folders/1k4xtkGKSaIa4suRjRdQwp2w5jkqR1Gpt


TRECHOS DE FILMES PARA DIVULGAÇÃO:

https://drive.google.com/drive/folders/1W3j7eGYVL5kuCU521USqZIzOw1w6BhLi


FILMES INTERNACIONAIS


A canção da besta

Beast Type Song


França/Reino Unido, 2019, 38’

Diretora Sophia Al-Maria


Esse filme tem como pano de fundo a ficção científica de uma batalha solar, evocada por Etel Adnan em seu poema The Arab Apocalypse. Assim como Adnan usa desenhos e símbolos para comunicar o que não pode ser expresso em palavras, Sophia Al-Maria explora a revisão da história por meio de uma nova linguagem de desenhos, movimento e música que cria uma modulação de sons e imagens contra-hegemônicas. Seus protagonistas refletem sobre as narrativas e línguas que herdaram, e sobre a violência que enfrentam como filhos de legados coloniais. O filme resulta em uma rota de fuga das narrativas dominantes de um passado opressor.


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A Casa das Amoras 

The Mulberry House 


Síria/Egito/Reino Unido/EUA/Iêmen, 2013, 65’

Diretora Sara Ishaq


Sara cresceu no Iêmen, filha de pai iemenita e mãe escocesa. Na adolescência, sentiu-se cada vez mais sufocada pelas restrições do ambiente e, aos 17 anos, finalmente decidiu se mudar para a Escócia, onde sua mãe atualmente reside. Seu pai, no entanto, só a aprovaria sob a condição de que ela não abandonasse suas raízes iemenitas — uma promessa que ela fez, mas não conseguiu cumprir.

Dez anos depois, em 2011, Sara retorna ao Iêmen como uma pessoa diferente, preparada para enfrentar o lar de seu passado e se reconectar com suas raízes há muito tempo rompidas. Mas, contra todas as expectativas pessoais, ela retorna e encontra sua família e seu país à beira de uma revolução.


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Amor Trançado

Braided Love


Bélgica, 2018, 24’

Diretora Rand Abou Fakher


Trechos de um dia na vida de duas mulheres, mãe e filha, mostram as complicações de um relacionamento construído sobre uma dor que nunca foi enfrentada, mas que agora precisa ser elaborada de alguma forma.


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Barco de Tolos

Ship of Fools


Alemanha/Líbano, 2024, 30’

Diretora Alia Haju


Alia e os monstros que a acompanham desde a infância estão familiarizados com as imagens de destruição e ruína que cercam Beirute. Nascer em um contexto de guerra cria certos escudos — mas também deixa para trás vulnerabilidades e mundos interiores particulares. Em um desses mundos, Alia conhece Abu Samra, um homem que treina para se tornar um super-herói a fim de salvar Beirute de seus muitos perigos. Abu Samra carrega seus próprios monstros, mas, de dentro do reino da imaginação, oferece vislumbres de resistência — até mesmo para a própria cineasta, que entra em cena.


Tradução: Parceria com o Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba 


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Dançando a Palestina

Dancing Palestine


Reino Unido/ Palestina, 2024, 37’

Diretora Lamees Almakkawy


Dançar é relembrar, dançar é rememorar. Enquanto a identidade palestina continua sendo ameaçada de apagamento, palestinos se voltam para a sua dança folclórica, a dabke, como uma homenagem a sua história e cultura, e para afirmar sua existência. Dançando a Palestina é a documentação da corporificação de uma memória coletiva. Assim como se junta as peças da coreografia dabke, juntam-se também suas identidades. A dabke é o testamento do profundo amor dos palestinos pela vida, e dessa forma, é também a necessidade de contribuir para o arquivo da Palestina, para que ele permaneça vivo no presente e nos corpos moventes.


Tradução: Yara Osman 


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DANOS

Para Gaza, “A terra das laranjas tristes” (Ghassan Kanafani)

DAMAGE

For Gaza, “The land of sad oranges” (Ghassan Kanafani)


Líbano, 2009, 2’

Diretora Rania Stephan 


Um filme bem pequeno SOBRE violência, COM flamenco, SEM um dançarino, e POR Gaza, “a terra de laranjas tristes”, como diria o escritor palestino Ghassan Kanafani. 


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Fatma 75

Fatma 75


Tunísia, 1975, 60’

Diretora Selma Baccar 


Fatma 75 é o primeiro filme de não-ficção realizado por uma mulher tunisiana, censurado até recentemente no seu país de origem. Trata-se de um ensaio feito num contexto de luta pelo direito das mulheres, que revisita o trajeto histórico do estatuto da mulher na Tunísia, de 1930 a 1975, através de Fatma, uma estudante cujo nome alude à designação escolhida pelos colonos para se referirem às mulheres árabes.


Tradução: Jemina Alves em parceria com a Tabla 


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Ismail

Ismail


Jordânia/Palestina/Reino Unido/Catar , 2013, 28’

Diretora Nora Alsharif


Inspirado por um dia na vida do pintor palestino Ismail Shammout, Ismail conta a história comovente de um jovem que luta para sustentar seus pais após a Nakba, leia-se, após a expulsão de várias famílias para um campo de refugiados em 1948, imposição das forças israelenses. Apesar da vida miserável e das condições precárias, ele se apega ao sonho de ir a Roma para aprender pintura. Um dia, depois de vender bolos na estação de trem com seu irmão mais novo, eles entram descuidadamente em um território onde a fronteira entre vida e morte se torna muito frágil.


Tradução: Tulin Al Hashemi 


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já mortos

déjà morts / already dead


Líbano, 2024, 7’

Diretora Ghada Sayegh


Primavera de 2020 - durante o isolamento eu tinha o hábito de pegar o carro para uma volta nas adjacências do porto de Beirute. Depois de 4 de agosto, não era mais possível fazer essa rota. Ainda assim, eu a fiz, às vezes ia até lá e ousava filmar, mas não o porto. Apenas um prédio em frente. Hoje, as palavras do primeiro fragmento de uma coleção de poemas The End of the World Has Already Occurred ressurgem nas imagens desse prédio. 


Tradução: Hamza Lamrani 


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Memórias para um detetive

Memories for a private eye 


Líbano, 2015, 31’

Diretora Rania Stephan


Ao evocar a linguagem do cinema noir, o filme investiga um arquivo pessoal, colocando em primeiro plano um detetive fictício que ajuda a desvendar memórias profundas e traumáticas.


Tradução: Hadi Bakkour 


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Não Mais Preferimos Montanhas

We No Longer Prefer Mountains


Palestina/Holanda/Bélgica, 2023, 95’

Diretora Inas Halabi


Não Mais Preferimos Montanhas começa com uma subida ao Monte Carmelo, onde estão localizadas as cidades Drusas de Dalyet el Carmel e Isfiya, levando o espectador a um mundo de isolamento geográfico e a um local moldado pela coerção e pelo controle. Entrelaçando interações íntimas com membros da comunidade em espaços domésticos compartilhados e ambientes externos, o filme explora como as políticas internas dos drusos foram reconfiguradas e remodeladas desde 1948, ao mesmo tempo em que abre possibilidades para imaginar futuros alternativos.


Tradução: Laura Faria 


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Neo Nahda

Neo Nahda


Reino Unido, 2023, 12’

Diretora May Ziadé


Mona, uma jovem em Londres, encontra uma fotografia antiga de uma mulher árabe crossdresser nos anos 20. Em um ponto, entre as suas fantasias e a realidade, ela começa uma intensa  jornada de descoberta de histórias perdidas e de sua própria identidade.


Tradução: Mariana Ramos 


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O protesto silencioso: 1929 Jerusalém 

The silent protest: 1929 Jerusalem 


Palestina, 2019, 20’

Diretora Mahasen Nasser-Eldin


No dia 26 de outubro de 1929, aproximadamente 300 mulheres palestinas de todo o país se reuniram em Jerusalém para inaugurar seu movimento feminino. O filme, a partir de uma peregrinação feita pela própria diretora dentro da imagem, faz um escavamento de arquivos para retomar a história de luta dessas mulheres.


Tradução: Higor Gomes 


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Os Três Desaparecimentos de Soad Hosni

The Three Disappearances of Soad Hosni


Líbano, 2011, 70’

Diretora Rania Stephan


Os Três Desaparecimentos de Soad Hosni é uma elegia arrebatadora a uma era rica e versátil da produção cinematográfica no Egito, por meio do trabalho de uma de suas atrizes e estrelas mais reverenciadas desse país: Soad Hosni, que, do início dos anos 1960 até os anos 90, incorporou a mulher árabe moderna em sua complexidade e paradoxos.


Tradução: Ester Macedo 


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Purê de Batatas

Mashed Potatoes


EUA, 2024, 13’

Diretora Suha Araj 


Enquanto se preparam para um piquenique de Ação de Graças com os amigos, um casal árabe discute sobre os méritos discursivos de um jornalista muito citado após os ataques de 11 de setembro. Surge a questão: que tipos de violências são produzidas quando a retórica do inimigo é introjetada por quem sofre, na pele, a violência colonial?


Suha Araj cria filmes que exploram o deslocamento de comunidades imigrantes. The Cup Reader, exibido no Festival de Cinema de Tribeca e premiado com o prêmio The Next Great Filmmaker no Festival Internacional de Cinema de Berkshire e no Festival Internacional de Cinema de Bagdá. Ela recebeu o prêmio de 2018 da produção Tribeca/Chanel Through Her Lens por Rosa, que estreou no Blackstar Festival em 2020 e recebeu o prêmio de Melhor Narrativa de Curta-Metragem, o prêmio de Melhor Narrativa de Curta-Metragem Lionsgate/Starz, o prêmio de Melhor Narrativa de Curta-Metragem no Festival de Cinema de Woodstock e foi ao ar na HBO. Ela é beneficiária do Creative Capital de 2021 e da Jerome Foundation de 2022 por seu longa-metragem Khsara e da Warner Media 150 Fellow por seu longa-metragem de comédia/suspense, Bowling Green Massacre. Seu último curta, Purê de Batatas, foi lançado no Festival de Cinema de Woodstock em 2024.


Tradução: Yara Osman 


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Q

Q


Líbano/ EUA, 2023, 93’

Diretora Jude Chehab


Onde traçamos a linha entre amor e devoção? Um retrato íntimo e assombroso da busca por amor e aceitação a qualquer custo, Q retrata a influência insidiosa de uma ordem religiosa matriarcal secreta no Líbano sobre três gerações de mulheres da família Chehab. A cineasta Jude Chehab documenta com grande impacto os laços tácitos e as consequências da lealdade que uniram sua mãe, avó e ela mesma à misteriosa organização. Um retrato do preço que décadas de amor não correspondido, perda de esperança, abuso e desespero cobram de uma pessoa, Q é um conto multigeracional da eterna busca por significado. Uma história de amor de um tipo diferente, este documentário retrata as complexidades do poder invisível que entrelaça as vidas daqueles que amam uma mulher cujo coração está nas mãos de outra pessoa.


Tradução: Laura Faria


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Rainhas

Queens


Marrocos/França, 2022, 83' 

Diretora Yasmine Benkiran


Casablanca, Marrocos.


Zineb escapa da prisão para salvar a filha da custódia do Estado. Mas as coisas rapidamente se complicam quando ela faz Asma, uma motorista de caminhão, como refém. Com a polícia em seu encalço, as três mulheres embarcam em uma fuga perigosa pela Cordilheira Atlas, suas rochas vermelhas e desertos escaldantes…


Tradução: Hamza Lamrani 


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Slingshot Hip Hop


Slingshot Hip Hop


Palestina, 2008, 83’

Diretora J. Reem Salloum


Slingshot Hip Hop documenta o surgimento e a evolução do Hip Hop palestino, unindo as narrativas de jovens artistas resilientes que navegam pela vida em Gaza, na Cisjordânia e na Palestina 48, enquanto eles mergulham no mundo do Hip Hop e aproveitam seu poder como uma ferramenta transformadora, superando as barreiras impostas pela ocupação e pela pobreza.


Tradução: Yara Osman 


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Sudão, Lembre de Nós 


Sudan, Remember Us


França/Tunísia/Catar , 2024, 76’


Diretora Hind Meddeb 


Shajane, Maha, Muzamil, Khatab e a voz do poeta Chaikhoon. Eles estão em seus vinte anos, são politicamente ativos e artisticamente criativos. Este filme é um coro cinematográfico, o retrato coletivo de uma geração que luta pela liberdade com suas palavras, poemas e cânticos. Diante de um exército corrupto e de uma milícia paramilitar responsável por crimes de guerra em Darfur, Cordofão e Nilo Azul, eles poderiam ter desistido antes mesmo de começar. Sem um sonho para os guiar, o poder da imaginação e a força do discurso poético, eles não teriam derrubado o antigo regime. O filme relata a luta desigual que opôs as vozes da revolução ao fogo da milícia.


Tradução: Laura Faria 


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Trem-Trens 1: Onde está o trilho?


Train-Trains 1: Where’s the Track?


Líbano, 1999, 33’ 


Diretora Rania Stephan


Uma jornada poética seguindo o vestígio da antiga linha férrea construída pela França em 1896, que ligava Beirute a Damasco, abandonada hoje em dia; uma visão pessoal do pós-guerra no Líbano.


Tradução: Tulin Al Hashemi 


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Trem-Trens 2: Um Desvio

Train-Trains 2: A bypass


Líbano,1999-2017, 30’

Diretora Rania Stephan


Um road movie pelos antigos trilhos ferroviários costeiros, construídos pelos britânicos em 1942, que ligava o Líbano à Palestina ao sul, Síria e Turquia com o norte; uma extensão do Expresso Oriente e as Linhas Egípcias, hoje fora de serviço. Originalmente filmado em 1999 como uma visão pessoal do Líbano pós-guerra civil, o filme foca em moradores que vivem perto de estações abandonadas, dando voz a pessoas muitas vezes ignoradas. Ao incorporar fotos Polaroid em imagens em movimento, o filme também evoca a memória e seus mecanismos, tornando-se, assim, uma interrogação sobre o que aconteceu entre eles, antes e agora.


Tradução: Tulin Al Hashemi 


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Um estado de devoção

A State of Passion


Líbano/Palestina/Jordânia/Reino Unido/Kuwait, 2024, 90’

Diretora Carol Mansour e Muna Khalidi 


Após 43 dias terríveis trabalhando 24 horas por dia sob bombardeio constante nas salas de emergência dos hospitais Al Shifa e Al Ahli, em Gaza, o cirurgião reconstrutivo britânico-palestino, Dr. Ghassan Abu-Sittah, emergiu como um rosto da resistência palestina. Com imagens de sua palidez e choque reverberando pelo mundo, ele falou de horrores insondáveis, desde corpos dilacerados a amputações sem anestesia, crianças órfãs sem família sobrevivente e ataques deliberados a médicos e instalações hospitalares.


Esta foi a sexta e mais cruel "guerra" de Ghassan em Gaza. Por que ele faz isso? Onde ele encontra forças para enfrentá-la repetidamente? Como isso afeta sua família? A resposta reside simplesmente na devoção que compartilham esses médicos: a Palestina.


Tradução: Hadi Bakkour 


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Um Retrato de Michel


A Portrait of Michel


EUA/Alemanha, 2024, 44’


Diretora Christine Gedeon


Uma investigação sobre o tio da artista Christine Gedeon, Dr. Michel Saadé, que foi sequestrado em Damasco em 1978 pelo regime de Hafez al-Assad e nunca mais foi visto. Após encontrar uma bolsa pertencente a Michel contendo seus diversos objetos, documentos e pedaços de papel, Gedeon criou este filme, que combina fotografias desses "Objetos de Evidência" com entrevistas em voice-over com familiares, além de fotografias antigas, músicas e filmagens de arquivo da família em 8mm. Gedeon reconstrói sua vida e desaparecimento por meio dessas memórias fragmentadas e documentos encontrados.


Entrelaçado com imagens comoventes em 8mm de momentos familiares alegres na Síria e no Líbano em 1946, o filme justapõe a felicidade do passado ao peso duradouro da perda e da história não resolvida. Reconstruindo um mistério de crime real que cruza com a política contemporânea, Um retrato de Michel reflete a determinação de Gedeon em chegar à verdade, enquanto sua abordagem criativa ao material esparso deixa para que espectador decifre a conclusão.


Tradução: Mariana Ramos


FILMES BRASILEIROS


A Entrevista


The Interview


Brasil, 1964, 20’


Diretora Helena Solberg


A Entrevista, de Helena Solberg, foi filmado em 1964, ano que marcou o início do golpe militar no Brasil. O curta-metragem é o resultado de entrevistas realizadas com várias mulheres entre 19 e 27 anos de idade que são da classe média alta. As entrevistadas falam sobre casamento, sexo, virgindade, fidelidade, felicidade, trabalho e os papéis sociais que são atribuídos ou impostos às mulheres. Por trás destas entrevistas emerge um perfil convencional da mulher brasileira idealizado por questões relacionadas à opressão feminina e à repressão militar vivenciada no país. As lentes de Helena Solberg afirmam a presença da mulher no cinema como protagonista, seja filmando, produzindo ou atuando, sempre de forma autoral. Nesse contexto, A entrevista é um documentário que condensa as aspirações de uma geração e de uma sociedade em contínua transformação.


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Hip Hop com Dendê 


Brasil, 2006, 15’


Diretora Fabíola Aquino e Lilian Machado 


Reflexo do movimento que ganha milhares de adeptos no mundo, o hip hop chega à Bahia e conquista grande parte da sua juventude periférica, que mistura os elementos – grafite, break, rap, DJ, MC e o "pensamento" – com as expressões artísticas locais. Juntos descobrem formas alternativas de se comunicar e falar para os seus, por meio de rádios comunitárias, jornal comunitário, internet e em especial o boca a boca.


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O canto das Margaridas


The singing of Margaridas


Brasil, 2024, 76’


Diretoras Mulheres no Audiovisual Pernambuco (MAPE)


A Marcha das Margaridas, que acontece de quatro em quatro anos na capital do país, é um movimento de luta protagonizado pelas mulheres do campo e da floresta. De ônibus, partimos de Pernambuco com algumas delas em direção ao ato de 2019, realizado durante o primeiro ano de um governo ultraconservador. Nos ecos de importantes máximas feministas, este documentário coletivo e participativo evidencia que a organização política se constrói também a partir dos encontros, amizades, conversas íntimas e manifestações artísticas.


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Sua Majestade, o Passinho


Your Majesty, the “Passinho”


Brasil, 2022, 22’


Diretoras Carol Correia e Mannu Costa

Entre os morros e as vielas das periferias do Recife ecoam gritos de crianças, música gospel, pontos de orixás e batidas de brega funk. E é no ritmo do "passinho dos malokas" que jovens periféricos estão transformando a cena artística da cidade e fazendo-se conhecidos nas redes e no mundo.  Uma música, uma dança. Uma cultura atravessada por questões sociais, econômicas e de gênero.

O projeto tem produção da Caprisciana Produções, Carol Almeida e Partisane Filmes; o apoio institucional da Embaixada da França no Brasil, Centro de Artes da UFF, Cine Arte UFF, UERJ e Faculdade de Educação da Baixada Fluminense; o apoio do Cinema da Fundação, Fundação Joaquim Nabuco, Cinema São Luiz e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco; a parceria do Cineclube Mate com Angu, Festival Olhar de Cinema, Editora Tabla e Fazedora de Site; a promoção da Sinny Comunicação; e a realização do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Prefeitura do Recife, Secretaria de Cultura do Recife, Fundação de Cultura da Cidade do Recife, através da Política Nacional Aldir Blanc, e Centro Cultural Banco do Brasil.





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